quinta-feira, 19 de abril de 2012

O RENASCIMENTO

Nós não precisamos esperar morrer e nascer novamente para estabelecer uma meta de mudança em nossa maneira de ser. Podemos decidir isso aqui, na Terra, enquanto ainda vivos. Tendo a noção exata da continuação da vida, dentro do corpo atual ou dentro de um próximo, não é necessário morrer, subir para o Mundo Espiritual, voltar para cá, escolher o próximo útero, instalar-se lá dentro por 9 meses, nascer, aprender a firmar a cabeça, aprender a sentar, aprender a caminhar, aprender a falar, entrar na escolinha, ir crescendo, vendo como é esse mundo dos grandes, aquela agitação toda, gente bebendo, gente fumando, ficando grandinho, virando um mocinho ou uma mocinha, entrando no Colégio, querendo ser igual aos outros, vestindo as roupas da moda, escutando as músicas da moda, procurando a nossa identidade, ficando grande, querendo ser igual aos outros, ou querendo ser diferente.

A vida passando, a gente tentando se encontrar, alguma coisa lá dentro nos dizendo que parece que é tudo de novo, a nossa personalidade aflorando, as virtudes, os defeitos, os traumas surgindo, as alegrias, as tristezas, as vitórias, as derrotas, vamos ficando maiores, adolescentes, depois adultos, casamos, ou não casamos, ou separamos e casamos de novo, temos filhos, ou não temos filhos, depois ficamos velhos, se não morremos antes, somos avós, ou não, nos sentimos bem, ou não, parece que falta algo, não sabemos bem o que é, parece que está tudo certo, ou tudo errado, como quando éramos bem pequenos, já sentíamos isso, e vamos indo, depois morremos, subimos para o Mundo Espiritual, lá chegamos, voltamos para Casa.
Aí, entendemos que foi tudo apenas mais uma viagem, e que a finalidade dela, e de todas as outras viagens para a crosta terrestre, é o encontro conosco mesmo, saber o que já está bom, o que ainda precisa ser melhorado, o que necessita realmente de uma mudança mais radical, o que requer uma transformação, vamos ficando melhores, mais calmos, mais lúcidos, como que acordando de um sono, enxergando, literalmente, tudo de cima, e preparando a nossa volta, para mais uma descida para cá, escolher um novo útero, aquela mãe que precisamos, o pai que Deus nos dá, a família adequada aos nossos interesses (evolutivos), a classe social, a cor da pele, o país, o que irá aflorar o que é bom de dentro de nós e o que ainda não é, os gatilhos, as armadilhas, e, um dia, vamos diminuindo e vamos nos instalando dentro da nova casinha, e recomeça tudo de novo.
Podemos fazer um renascimento aqui, agora, a partir desse momento, sem necessidade de morrer e voltar e tentar de novo. Para promovermos um renascimento durante a vida encarnada, é necessário, antes, muitos anos de uma profunda análise do que somos e do que achávamos que éramos. É obrigatória a disposição de desapegar-se de si mesmo, de seus rótulos estabelecidos, é preciso romper os laços com o passado e criar novos laços com o futuro. Morrer a casca e voltar em nova casca é cair de novo dentro da Grande Armadilha, nos próximos rótulos, nas próximas aparentes verdades. Podemos iniciar o Renascimento agora, quando estamos começando a sair do túnel, enxergando uma luz, que antes não víamos, que nos chama, que parece tão familiar, tão amiga, tão generosa, que quer apenas o nosso bem, e o bem de todos, que nos diz que somos eternos, que somos também Luz, que podemos nos libertar, sair de dentro dessa casca, sem precisar morrer para isso.
É possível renascer agora, dizendo melhor, começar a renascer. Mas, como uma lâmpada que há muito tempo está ali, acesa, no meio da vida, adquiriu muita fuligem e a sua luz está fraquinha; é necessário pegarmos um paninho, bem suave, delicadamente, e começarmos a retirar a fuligem, e quanto mais limpa, mais luz vem ressurgindo, vai limpando, vem mais luz, tirando a fuligem, mais luz. Não precisamos buscar luz fora de nós, só precisamos tirar a fuligem. E isso agora, quando os nossos Mentores Espirituais nos deram esse presente: a Psicoterapia Reencarnacionista. Se não agradecermos e Eles e resolvermos aproveitar esse presente, e pegar o paninho, quando o receberemos novamente?





segunda-feira, 9 de abril de 2012

DESAPEGUE-SE !!!

Desapego

:: Elisabeth Cavalcante ::

A maior fonte de sofrimento para o ser humano é o apego. Desde cedo, fomos condicionados a nos apegar a tudo o que consideramos indispensável para que possamos nos sentir seguros e confortáveis.

Ao longo da vida, entretanto, vamos descobrindo que este apego nos torna extremamente vulneráveis. Desapegar não significa viver uma vida sem desejar qualquer conquista ou sem criar laços de afeto com outros seres humanos.

O problema é que colocamos nosso equilíbrio interior na dependência de tudo aquilo que é externo a nós. Geralmente isto acontece porque aprendemos a ter nosso valor como pessoa, avalizado sempre pelas vitórias que obtemos no mundo.

Embora elas sejam essenciais para nossa sobrevivência, não podemos esquecer que tudo nesta dimensão é impermanente e, portanto, passível de desaparecer a qualquer momento.
Enquanto não conseguirmos vivenciar profundamente esta verdade e buscar outros valores que nos sustentem em qualquer circunstância, seguiremos escravos dos apegos que tanto nos fragilizam.
Fortalecer a confiança no poder que todos indistintamente possuímos é o passo essencial para que comecemos a nos libertar de tudo aquilo que nos aprisiona.

Uma existência plena de paz e felicidade passa, obrigatoriamente, pela capacidade de reconhecermos em nós a fonte de amor e abundância que nos originou. Ela estará sempre disponível, pois não depende de nada nem de ninguém para ser provida.

"Todas as nossas misérias e sofrimentos não são nada mais do que apego. Toda a nossa ignorância e escuridão é uma estranha combinação de mil e um apegos. Nós estamos apegados a coisas que serão levadas no momento da morte, ou mesmo, talvez, antes.

Você pode estar muito apegado a dinheiro, mas você pode ir à bancarrota amanhã. Você pode estar muito apegado a seu poder e posição, mas eles são como bolhas de sabão. Hoje eles estão aqui; amanhã eles não deixarão nem um traço.

...Todas as nossas posições, todos os nossos poderes, nosso dinheiro, nosso prestígio, respeitabilidade são todos bolhas de sabão. Não fique apegado a bolhas de sabão; senão, você estará em contínua miséria e agonia.

...Compreender que a vida é feita da mesma matéria que os sonhos é a essência do caminho. Desapegue-se: viva no mundo, mas não seja do mundo. Viva no mundo, mas não permita que o mundo viva dentro de você. Lembre-se que ele é um belo sonho, porque tudo está mudando e desaparecendo.

Não se agarre a nada. Agarrar-se é a causa de sermos inconscientes.

Se você começar a se desprender, uma tremenda liberação de energia acontecerá dentro de você. A energia que estava envolvida no apego às coisas trará um novo amanhecer ao seu ser, uma nova luz, uma nova compreensão, um tremendo descarregar - nenhuma possibilidade para a miséria, a agonia, a angustia.

Ao contrário, quando todas essas coisas desaparecem, você se encontra sereno, calmo e tranqüilo, numa alegria sutil. Haverá um riso no seu ser.

...Se você se tornar desapegado, você será capaz de ver como as pessoas estão apegadas a coisas triviais, e quanto elas estão sofrendo por isso. E você rirá de si mesmo, porque você também estava no mesmo barco antes. O desapego é certamente a essência do caminho".


Osho, Bodhidharma, The Greatest Zen Master.